Livros #37 - Destino

Título: Destino

Editora: Suma 

Autor: Ally Condie

Número de páginas: 240

Sinopse: Cassia tem absoluta confiança nas escolhas da Sociedade. Ter o destino definido pelo sistema é um preço pequeno a se pagar por uma vida tranquila e saudável, um emprego seguro e a certeza da escolha do companheiro perfeito para se formar uma família. Ela acaba de completar 17 anos e seu grande dia chegou: o Banquete do Par, o jantar oficial no qual será anunciado o nome de seu companheiro. Quando surge numa tela o rosto de seu amigo mais querido, Xander - bonito, inteligente, atencioso, íntimo dela há tantos anos -, tudo parece bom demais para ser verdade.Quando a tela se apaga, volta a se acender por um instante, revelando um outro rosto, e se apaga de novo, o mundo de certezas absolutas que ela conhecia parece se desfazer debaixo de seus pés. Agora, Cassia vê a Sociedade com novos olhos e é tomada por um inédito desejo de escolher. Escolher entre Xander e o sensível Ky, entre a segurança e o risco, entre a perfeição e a paixão. Entre a ordem estabelecida e a promessa de um novo mundo.

Tudo começo quando eu ganhei o segundo volume da série. Achei interessante correr atrás do primeiro volume para começar a ler. Antes de tudo, li várias resenhas sobre a obra. "Magnífico, brilhante, apaixonante, perfeito" foram alguns dos elogios que estava em todas elas. Na primeira promoção que vi esse livro corri para comprar, imagina a euforia e ansiedade? Tinha certeza que seria um dos melhores livros que leria de acordo com tanta positividade, minha expectativa? Lá em cima. Só quando eu comecei a ler, chegando no segundo capítulo me deparei com a realidade: O que estava acontecendo? O problema estava em mim ou em todas as pessoas? Provavelmente em mim, sou a minoria. E isso me deixou angustiada. Destino foi uma das minhas piores decepções literárias.

“- E onde isso ia acabar, Cassia? – diz ela, a voz paciente. – Você diria em seguida que as pessoas deveriam escolher quantos filhos vão ter e onde vão morar? Ou quando querem morrer?”

Cassia vive em uma sociedade cheia de regras e uma delas é que, seu futuro marido, é escolhido através de um sistema sem falhas, para que tudo seja perfeito. Geralmente, reformulando... sempre são de lugares diferentes. Os casais escolhidos nunca moram perto um do outro, mas isso mudou agora. Cassia completa seus 17 anos e chegou a hora do grande dia, o Banquete da escolha dos pares. Seus pais, assim como ela, estão totalmente ansiosos e nervosos, é claro. Para onde sua filha iria? Quem seria a pessoa que compartilharia os momentos futuros ao lado de Cassia? Chegando ao grande salão é evidente que existe uma grande tensão, lindas mulheres com seus vestidos, lindos homens todos bem arrumados. O futuro iria começar.... tinha chegado a hora. Até que cada mulher presente era chamada, em ordem, e em um grande telão buscava dados e gerava o par perfeito. Após algumas meninas, a vez de Cassia finalmente tinha chegado. Ao ficar de pé para o telão e uma demora torturante um rosto aparece, um rosto familiar, um rosto amigos... ela conhece aquele rosto: Xander. A felicidade que os dois sentiram foi imensa. Ambos já se conheciam a muito tempo, moravam perto um do outro e não teriam de conviver com um completo estranho correndo o risco de nunca sentir nada, nenhum sentimento por ele. Agora o futuro de ambos estava começando e o sorriso, as batidas fortes dos corações comprovava que era só o começo. Tudo parecia estar perfeito, como a sociedade queria. Parecia.

“Às vezes, quando olho para as sementes pálidas que espalho na terra negra, aquilo me lembra a noite do meu Banquete do Par, quando eu imaginei que pudesse voar. A escuridão atrás de mim não me preocupa, nem as estrelas adiante. Penso em como a melhor maneira de voar talvez seja com as mãos cheias de terra, para que a gente nunca se esqueça de onde veio, e de como pode ser difícil caminhar, às vezes.”

Após alguns dias Cassia decidi assistir o conteúdo do micro cartão que todos os pares recebem, com informações um sobre o outro. Um pouco contraditório para o caso de ambos, já que se conheciam mais do que qualquer outro par ali. Relutante, decide assistir. Alguns segundos se passam e a imagem da escolha do par começa a passar, lembranças boas de todo o nervosismo aflorando. Mas algo estava diferente dessa vez, um rosto. Um rosto diferente, mas conhecido. Não era Xander, era outra pessoa. Uma garoto do mesmo bairro... Ky. Cassia teve pouca convivência com Ky, mas se conheciam. Não era um amigo como Xander, mas conviviam diariamente na mesma escola, mesmo bairro, etc. A insegurança, o medo, a dúvida e todos os temores começam a tomar conta de seu ser. O questionamento começa. O que o rosto de Ky estava fazendo ali? O que ocorreu? Seria ele ou Xander o par perfeito?. E como todos sabemos, dúvidas, questionamentos, insegurança geram uma coisa: Curiosidade. E essa é uma qualidade que a nossa querida Cassia possui. Enfim, a partir deste momento é que tudo começa a acontecer. Cassia começa a conviver mais com Ky, menos com Xander, questionar tudo e todos. Mas Karol, até agora o livro está ótimo. O que aconteceu?

“Não podemos te dar a vida que você quer — diz meu pai, com os olhos úmidos. Ele olha para minha mãe, que faz um sinal para que ele prossiga. — Eu queria que fosse diferente. Mas nós podemos te ajudar a ter a oportunidade de decidir que vida você deseja”.

Queridos leitores, a leitura é muito chata! Deste momento em diante tudo fica previsível demais, parado demais, chato demais. Acontece que uma das coisas que mais me desagradou foi como Xander ficou nisso tudo. Além de ser pouco aproveitado no livro, eu me simpatizei muito por ele. Além de mostrar ser um grande amigo para Cassia, ele tinha diversas outras qualidades, mas o mais importante, estava se dedicando para que o futuro entre os dois ocorresse de uma maneira agradável, ele estava ciente e feliz por tudo. E o que a querida da Cassia fez? Ficou saindo com o Ky. Mas ninguém manda no coração! Tudo bem... mas nas atitudes sim. Se você está confusa, se você vê o rosto de uma outra pessoa no sistema de pares, fica confusa e começa a sentir fortes sentimentos por essa outra pessoa o mínimo que você pode fazer é ser sincera com o rapaz que está do teu lado, acreditando que você gosta dele e que tudo está bem quando na verdade, você não o quer e fugiria na primeira oportunidade. Caramba! Sentimentalismo e companheirismo passam longe, não? Detestei isso no livro e para mim, a autora simplesmente colocou Xander no livro para ocupar um lugar e só se preocupou com os principais ou ela não estava nem ligando para os sentimentos do garoto. Ah mas ela conversou com ele no final! Haha, que piada. O que adianta? Quando um dano enorme já foi feito? Vou esperar os dois se apaixonarem por mim para dispensar um. Ótimo. Ética e respeito mandam abraços. E o problema é que Ky é um personagem adorável, todas vocês devem amá-lo ou vão amar e eu amaria também se não fosse por tudo isso. Porém, continuo simpatizando com o Ky, apenas não gosto tanto dele como de Xander, o meu problema é a Cassia. Mas não é só isso, calma!

“— Mas se pudesse ter um Par — digo suavemente — como você acha que ela seria? — Você.”

Minha indignação não fica somente com a parte do rumo que a autora fez para Xander. Como cite, o livro ficou parado demais. Se me falassem que era um romance simples, acreditaria. Apenas alguns elementos foram bem detalhados sobre essa distopia. Eles falam sobre a sociedade, sobre os trabalhos, os dramas, mas ficou faltando alguma coisa. Acredito que mais ação, um foco maior em outro personagens. Em um momento do livro ocorre um drama envolvendo a família de Cassia, mais especificamente seu pai, por conta de seu avô. Essa parte foi bacana, pois o foco não estava somente em Cassia (Vale comentar o quanto achei ridícula o comportamento dela com os atos do pai. Quer dizer que ela pode ir contra todas as regas e o pai não pode atender um pedido que seu pai fez a ele? Ok.) Bom, a resenha está ficando enorme e eu poderia citar vários pontos negativos, mas irei parar por aqui. Estes dois foram os que mais me incomodaram, portanto não vou prolongar. 

Agora, existem pontos positivos sim, não se preocupem. Os outros personagens são bem construídos e cativantes, as explicações sobre o sistema são bem válidas, comparações com um sistema autoritário onde você não possui escolhas, é apenas uma marionete. Essa crítica social é bem bacana, apesar de não ser discutida de maneira profunda no livro. Digamos que a autora nos presenteia apenas com doses pequenas, como em diálogos curtos ou narrações vagas. Mas o livro é fofo se você for ver o lado romance Ky e Cassia. Os dois constroem uma história juntos bonita e diferente, como a paixão pela escrita (proibido pela sociedade). Se não fosse pelos pontos negativos que citei, seria um ótimo livro. Mas espero que ele melhore na continuação, que a autora explore melhor as oportunidade. Dessa vez lerei sem expectativas, acredito que esse tenha sido meu maior erro com Destino. Esperar demais. Mas, vocês já leram? Deixem suas opiniões, sei que a maioria amou. Mas quero saber! Me contem tudo.